quinta-feira, 27 de maio de 2010

Eu só sou legal, juro...

Hoje encontrei um menino que a história foi a seguinte: nós éramos amigos no primeiro grau, ele era da minha altura (mal, muito mal...), magricelo, o típico adolescente em desenvolvimento. Eu sempre o via como amigo e, como todos os meus amigos, sempre o tratei muito bem. Daí cada um tomou um rumo diferente e só nos víamos esporadicamente. Foi quando uma amiga minha me disse que em uma conversa ele falou que eu era apaixonada por ele no primeiro grau. O sangue subiu, as veias dilataram, a raiva chegou e eu me senti a pessoa mais humilhada do mundo. Quando o vejo faço a egípcia, viro minha cabeça e finjo que não vi. Se eu tivesse sido, estaria tranquilex. Assumiria e ponto. Agora um rapaz da minha altura (mal, muito mal...) jamais despertaria interesse algum em mim. Ainda mais ele.

Eu sempre fui das que acreditava na amizade entre homem e mulher. Nunca tinha duvidado disso ou coisa do tipo. Depois que fiquei sabendo dessa história (que não tem muito tempo), coloquei em xeque todas as minhas amizades com homens. Qualé, não podemos ser legais? Não podemos nos interessar pela companhia da pessoa sem que tenha segundas intenções? Não podemos tratar os homens como trataríamos uma amiga sem ele achar que isso é sinal de interesse? Essa racionalidade masculina é muito legal em todos os outros casos, não nesse.

Na maioria das vezes, é só amizade mesmo. Sem interesse, sem tensão sexual ou qualquer coisa do tipo. É gostar de estar do lado da pessoa mas não vê-lo como um pretendente. Claro que as coisas mudam, a vida é dinâmica. Quem no passado não te interessava, hoje pode ser a crush do momento. E quem era alvo das cartinhas anônimas hoje pode não te despertar absolutamente nada. Homem e mulher mudam. Os sentimentos vão no pacote.

Meu nível de estrogênio é bem alto. Alto mesmo. Eu digo que se não tivesse nascido mulher, seria o homem mais gay do mundo. Mas uma coisa eu aprendi: se você está afim da pessoa, tem de ser racional... Pensar como um homem. Vá lá e diga, sem medo. Porque se depender da abstração masculina, você nunca vai mudar seu relacionamento no orkut de solteira para namorando. Caso contrário, se você não sente nada pelo cara, vai acabar esbarrando com ele no shopping depois de 10 anos e ele ainda te olhar como "a-menina-patética-que-me-amava-e-não-era-correspondida-porque-eu-passava-tempo-demais-na-frente-do-espelho-passando-acnase". É... A vida não é justa. Nós não podemos ser legais toda hora.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Alô, vida? É a privacidade que fala


Minha irmã casou ontem. E sabe o que foi mais engraçado? A quantidade de vezes que escutei o "só falta você", "quando vai ser sua vez", "e agora?". E sabe o que eu penso (e que talvez não faça a mínima diferença pra ninguém)? Que meus 25 anos, meu histórico familiar com namoros longos, meu desemprego (ou minha disponibilidade pro mercado de trabalho), minha vontade de realizar absolutamente TUDO antes de dar um passo como esse, meu medo; não me abalam.
Juro que não é minha culpa que tudo isso seja um empecilho, juro que gostaria que as coisas fossem diferentes ou tivessem sido, juro que eu gostaria de ser normal e sonhar com isso. E antes que me julguem, já sonhei. Antes sabia de tudo como gostaria, quais seriam as músicas, qual o vestido, para onde iríamos na lua de mel, as cores da festa, os convidados... E ainda assumo que isso foi um pouco despertado durante esse período de festas da minha irmã. Mas depois que tudo acabou, depois de acompanhar o processo pela primeira vez, vi que tudo é lindo, só não compensa o esforço. Tudo não deixa de ser um mercado, que talvez eu faça parte ou não; talvez só viva junta com o homem da minha vida em um bangalô.
Essas cobranças, essa magia... É tudo tão estranho! O casamento perdeu um pouco da essência de ser um momento especial e virou uma obrigação com a sociedade. Eu, talvez mais do que ninguém, não gosto de me sentir pressionada. Já basta a pressão das outras partes da sua vida, agora pressionam a sua vida pessoal. Essa necessidade humana de saber tudo sobre tudo, de conhecer cada pessoa nos seus mínimos detalhes, e o pior: a necessidade de se sentir no direito de decidir quando e como as coisas na sua vida devem acontecer. E se isso fosse algo real, volto a repetir o que já escrevi em um post atrás: se eu pudesse escolher o meu destino, acharia o homem da minha vida com 28, moraríamos junto aos 30 e casaríamos aos 32. Simples assim.
A grande verdade é que ainda temos de cumprir esses protocolos irritantes e os quais tento a todo custo bular. Meu namorado não é nenhum Simba a quem eu tenha de apresentar em uma cerimônia para toda a selva de pedras. Meu relacionamento é só meu e da outra pessoa, não diz respeito a mais ninguém. Por isso, caro leitor-invisível-porque-todos-acham-que-esse-blog-não-existe-mais, não se espante se receber um convite para meu casamento daqui 7 anos e pensar: Ué, e a Laura tinha namorado? Não, não é sua culpa. É culpa da sociedade.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Caro Anônimo


Momento: cursinho para concurso.

Saudade: do que já foi vivido e não se volta atrás.

Missão: "clichemente" falando, ser feliz.

Caro anônimo, a vida adulta é um porre. Não pense que eu gosto de acordar às 6:30 da manhã para ter aulas de Direito Administrativo durante quatro horas e feliz da vida. Não, nem um pouco. E te conto mais: ter amigos compromissados é difícil quando se é solteira. Os amigos homens são homens, não compartilham momentos estrogênios com você, do tipo olhar vitrines, comentar do cara bonito que passou, apreciar um simples momento de café... Pequenas coisas. Não ter dinheiro para seus planos pessoais?? Pfff, pior ainda.

Talvez esse momento que eu estou na minha vida seja o mais dificil que já vivi. Ser solteira, sem emprego, sem dinheiro, sem perspectivas reais, sem amigos solteiros... Amigo (a), vou te falar que não é fácil. Mas eu tenho de arrumar maneiras para driblar toda essa pior parte da minha vida. Não quero mudar sua vida, mas vou te mostrar como faço para não tornar todas essas situações em tristeza.

Cursinho para passar em concurso: arrume um(a) crush. Pode não ser seu estereótipo perfeito, pode não ter nada a ver com você, pode nem sequer ser bonito, mas pelo menos é algo para se prestar atenção quando a aula está insurpotável. E eu bem sei que talvez nunca passe em lugar nenhum por conta disso, mas pelo menos deixa suportável o que é insuportável.

Roda de amigos compromissados: minha tática é sempre ser saudosa. Quando o assunto é chato, quando não se tem nada a acrescentar, eu sou completamente autista. Fico com minhas lembranças, pensando no que já foi, no tanto que as pessoas nem têm ideia do que já vivi... Vou dizer que nem sempre dá certo, na maioria das vezes o jeito é escutar todas as histórias de como as pessoas se conheceram ou de briguinhas que tiveram.

Amigos homens: não sei se você é mulher ou não, mas meu nível de estrogênio é alto e ficar no meio de homens por muito tempo pode ser desconcertante. Mas eles são legais, eu digo que se fosse o homem, seria o mais gay do mundo porque eles me divertem e discutem sobre tudo. Por mais que tenha de escutar que nem casável eu sou. E dizer isso para uma mulher é uma ofensa.

Falta de emprego: bicos. A palavra chave é sempre bicos. Eu topo qualquer coisa, mesmo o que não tenha a ver com meu diploma. QUALQUER coisa. Isso me faz ganhar uns trocadinhos e poder sonhar com uma próxima viagem.

Morar com os pais: esse talvez seja o mais difícil. Depois que se mora sozinha, até ir para um supermercado te remete a uma vida que já foi vivida e que provavelmente vai demorar para acontecer de novo. Tem suas vantagens, a segurança, a falta de preocupações... Mas eu acho que tudo isso faz parte do plano da vida. E eu não vejo a hora de poder viver novamente. Não que meus pais intrometam, muito pelo contrário. É apenas a vontade de uma responsabilidade.

A idade: é apenas um número.

Dinheiro: vide tópico trabalho.

Eu acho que quando a tristeza chega para abater, a melhor forma é fugir dela. Se for para chorar, que seja com a música mais alegre do mundo debaixo de um chuveiro. Se for para sofrer, que seja de amor, não pela vida. Porque essa, caro anônimo, eu tenho certeza que vai dar certo. Pra mim e pra você. Eu sei que aparento ser extremamente Pollyanna, mas é que acho que tudo tem seu lado positivo e cabe a nós descobrir qual é o dos nossos problemas. Se você acha que a sua vida está ruim, sempre tem outra pior. A minha pode ser, mas temos de pensar que só se vive uma vez, como na música da Banana Split.

 
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