Estava lendo essas Cosmopolitans da vida e um artigo me chamou muito a atenção. Uma jovem, de seus 27 anos, dizia que era da geração Sex and the City. Já achei estranho daí, dado a idade dela, o ano de produção da série e patati-patatá. Mas continuei a ler o breve texto que ela dizia que apesar de ser independente, bonita, alegre, sociável, divertida e bem sucedida, não tinha ninguém que se interessasse por ela, e ainda argumentou se não seria por conta disso tudo, ou seja, se os homens não preferem as Amélias às Carries da vida.
Eu acompanho Sex and the City, tenho todas as temporadas, já li o livro e toda aquela coisa de quem realmente gosta da série. A questão é que não sou da geração Sex and the City. Até porque quando a vi pela primeira vez era algo escondido que passava nas madrugadas da HBO. Fui redescobrí-la aos 20 anos, quando tive dinheiro pela primeira vez para comprar um box. O problema não é a geração, não é a independência ou dependência, não é a mudança, não é o feminismo (depois de uma amiga minha me mostrar tanto isso, acabei aceitando a idéia). Nós nos transformamos com o tempo, nós passamos a acompanhar o mercado e tudo que acontecia a nossa volta. Os homens são os mesmos.
É lógico que eles vão preferir alguém que aceite tudo, seja carinhosa, aguente seu stress e que JAMAIS seja uma ameaça a ele. Como conviver com alguém que se disputa o mesmo lugar no trabalho? Óbvio que deve existir uma parcela considerável de casais que conseguem conciliar tudo isso. Mas a vida não é uma série. Não existem Mr. Bigs.
A autora do livro Candance Bushnell mesmo diz que o Mr. Big é um homem idealizado. Afinal, que mulher não queria um homem mais velho, charmoso, bem sucedido, que fumasse charuto e escutasse jazz? Ok, nem todas devem pensar como eu. Mas toda a idealização de um amor é refletida em uma pessoa. Daí, podemos tirar que não é que os homens prefiram as Amélias.
A educação que tivemos foi a de jamais depender de alguém, que cozinha é o lugar de comer, jamais cozinhar; que suas roupas podem ser lavadas na máquina. E o homem continuou sendo servido pela mãe, soltando pipa na porta de casa e aprendendo com o pai o papel de prioridade da casa. Nós mudamos e assustamos. Os papéis se inverteram. As mulheres alfa procuram por homens beta, aqueles que sabem cozinhar, limpar e servir.
E, sinceramente, eu vivo em uma encruzilhada como a garota do artigo. Como ser independente sem assustar? Como viver de acordo com o mundo das business women sem competir com os homens? Ou simplesmente buscamos o amor no lugar errado? Acho que a grande pergunta talvez seja: Onde está o amor?