quarta-feira, 20 de junho de 2007

Freak out


Fim de semestre é uma correria. Sem hierarquias: para todos os cursos. O que acontece é que, querendo ou não, você está numa posição cômoda nos primeiros meses de aula. Reparem que disse meses, não dias. O resultado é um desastre total, espinhas para tudo quanto é lado, dead line dos trabalhos e você como uma louca (ou louco, aqui não se tem a guerra dos sexos).


Então vamos a descrição de um pacato semestre de 5 meses (engana-se quem acredita na lorota dos seis).


Primeiro mês


Introduções, trabalhinhos de 30 minutos, saídas com amigos, a noite é uma criança, tudo muito leve, na manha. Almoços com as amigas são praticamente semanais. Todo fim de semana um compromisso. O dia estende-se até 22 horas, afinal, você ainda tem as 8 horas diárias de sono. O cronograma da disciplina te prova quie você tem quatro meses ainda. Para que se estressar agora?


Segundo mês


As coisas mudam um pouco. Falta menos de um mês para a primeira avaliação e você ainda nem começou a resenha daquele livro chato de Comunicação nas Américas. Mas tudo bem, você pode trasnformar seus almoços em mensais, e sair apenas uma vez no final de semana. Sem stress, ainda tem mais três meses.


Terceiro mês


Apresentação do projeto final. Quanta felicidade, você ficou com a última apresentação! Só na penúltima semana do semestre que seu grupo vai apresentar. Você finalmente concluiu a primeira resenha. Está tudo tranquilo. A segunda prova é só no quarto mês.


Quarto mês


Você estourou seu limite de faltas e tenta negociar com o professor. Vamos lá, faço qualquer trabalho, só não posso reprovar pela minha ausência, que deixo claro que todas são justificáveis. Exceto a vez que não vim porque tinha saído na noite anterior e não consegui acordar. Teve aquela também que eu simplesmente não estava afim de assistir e fiquei batendo papo com os amigos em frente do bloco. Mas todas as outras dou a minha palavra. Ok, dá para conciliar um trabalho de fotografia com o tema "Filosofia em Brasília". Mas nesse fim de semana nem rola, já combinei um cineminha com o pessoal.


Quinto mês


FREAK OUT! Você não conseguiu média nas duas primeiras provas, você não tem nem o filme do seu trabalho de fotografia e suas faltas continuam te perseguindo. Hora de trabalhar, tentar fazer alguma coisa. Para isso, vale matar seu domingo em frente algum sarau da cidade para conseguiur algumas imagens. E como tudo nessa vida tem seu preço, você se vende para o professor com uma nova resenha abordando os aspectos não só geográficos das Américas, mas também socio-políticos e econômicos. Cinema não lembro nem como é, amigos são os números esquecidos no celular e família só na hora do almoço. Seu grupo largou todo o trabalho final nas suas mãos e você não sabe o que fazer, apenas que TEM de fazer. Todas as máquinas fotográficas já estão locadas, o professor continua cobrando a promessa do trabalho em troca de faltas. O computador deu pau justamente quando você já estava concluindo a quinta lauda, só faltavam mais quatro. Você nem sabe o que é cama, muito menos vida social. Só lhe resta estudar.





E assim mais um semestre de aula acaba.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

I'm such a loser




Descobri que sou uma loser, no estilo mais norte-americano da palavra. Mas ser uma não é tarefa simples, você tem que ter o dom e seguir os passos. E como loser, quero difundir as lições, fazer escola, para o bem da classe.




1) Fique em casa sábado à noite - Uma das tarefas mais simples. Vai dizer que trocaria a estréia do Telecine por uma noitada em alguma casa noturna da moda? Jamais! O esquema é esse: Pegue seu pijama mais surrado, um bom travesseiro, uma tigela de pipoca, o guaraná (vinho e queijos não combinam com sábado à noite, por favor), controle remoto na mão e vegete, mas de verdade. Se esparrame no sofá, desligue o celular e não atenda os gritos de ninguém. Afinal, é sábado à noite.




2) Nada de xerox - Perdeu aula e não sabe como irá conseguir a matéria dada? Simples: aquele com as inserções mais inteligentes e caderno surrado de tanto ser usado vai ser seu melhor amigo neste momento. E não chegue com a cara lavada pedindo para tirar xerox, a coisa é toda canetão. Vamos copiar, pois quem o faz aprende duas vezes.




3) Não tenha medo de seus gostos musicais - Se te questionam sobre Belle and Sebastian, Beck, Cat Power, Frou Frou, Feist, Magic Numbers; tenha coragem de dizer que seu lance é Mariah Carey. Isso mesmo, gosta de um I can't live if living is without you. Se amarra em Elton John e músicas para princesas, não tira do MP3 baladas românticas do anos 80 e 90. Sem medo de ser feliz.




4) Filmes Convencionais - Nada de dizer que filmes europeus te deixam felizes. Assuma: não deixam, só fazem você ficar melancólico por historinhas tristes que fogem do Happy ever-after. Por isso, naquela mesa do shopping comendo Mc Donald's assuma que adorou o filme da sessão da tarde de ontem, Molly Ringwald é sua musa predileta e que o filme da sua vida é Curtindo a vida Adoidado.




5) Espinhas - Quando o esquema é beleza, vai uma dica essencial: pasta de dente. Sim, não só deixa sua boca limpa como seca suas espinhas.




6) Não negue - A palavra do ano é SIM. Sempre que te pedirem para fazer algo, diga sim. Não importa se você gosta ou não, se aquilo te agrada, nunca negue. Sabe como as pessoas não gostam de terem seus pedidos negados, e seu plano não é desagradar ninguém, não é mesmo?




7) Leia os best-sellers - Sua vontade é interagir no aniversário de 50 anos da sua tia? Então leia os best-sellers. A própria palavra já explica: os mais vendidos. E sabe como eles são assuntos certos em qualquer mesa de festa. Por isso, Código DaVinci, Meg e Eu, O Segredo serão suas próximas compras. Mas leia sem um olhar crítico, contestações não são muito simpáticas.




8) Tenha um hobby - Sim, exercitar a mente é essencial. Veja uma coisa que goste muito e corra atrás. Dou uma dica: skate de dedo. Além de ser super radical, você não se machuca como no esporte convencional. E ainda tira onda - Dei um loopy triplo ontem!




9) Dinheiro - Nada de investimentos ou guardar dinheiro debaixo do colchão. A coisa certa é você gastar aquele dinheiro que ganhou por lavar o carro do vizinho. Uma ótima compra é meia. Mãe sempre erra nessas escolhas, portanto com esse dinheiro você pode escolher aquela que mais te atrai, sem babados ou chuchus.




10) Acredite no que vê - Seus olhos não mentem, são seus melhores aliados. Tudo é real. Blade, Chris Angel e Michael Jackson. Se alguém colocar abobrinha na sua cabeça, coloque o indicador no ouvido e grite Lalalalalala. Querem te envenenar.






Depois de ler tudo, grite, mas grite bem alto: I'M SUCH A LOSER!!!!!
E não se desespere: todos nós somos.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Vamos filosofar




Ok, tarefa de hoje: filosofar. Vamos lá, não é tão difícil. E convenhamos: que ótimo exercício para sexta-feira. E por que não sobre o amor? Essa bela palavra de cinco letrinhas. Essa coisa que dá frio no estômago, as mãos suam, olhos brilham. Clichêzão eu falar isso, mas a questão é que acontece com todo mundo. O amor é mesmo piegas. A diferença, biologicamente falando, é o fenótipo, é o ser humano que te faz pensar nele nas horas mais solitárias, é aquele sentimento de você estar rodeado de pessoas e ainda assim saber que não está sozinha, afinal as memórias não nos abandonam.

Intervalo, Católica, amigas reunidas (nomes fictícios, como no Barra Pesada):
- Bernadete, como você é difícil. Assim vai ficar sem ninguém.
- Ih, eu me garanto. Na hora que eu quiser, vou pegar, Lucinda.

Será o amor tão fácil assim? Seremos nós, mulheres, a escolher nosso homem? Ou seremos as escolhidas, como o velho (e não tão bom ditado) diz: Quem escolhe demais, é escolhido. As coisas mudaram. Mulher é bicho óbvio: na hora do desespero, não engana. É cachorro sem osso. Não nega e nem esconde. E dependendo do ser feminino, a reação do cachorro ainda é mais discreta. O instinto mais primata aflora. Mas eu acredito na capacidade que algumas delas têm em conseguir. Essa amiga, por exemplo, é uma dessas. E existem aquelas que não tem como ficarem solteiras. Sem segredos, sem regras, simples assim.

Carro, volta para casa, carona-amiga:

- Menina, só caso depois dos 30. Quero sustentar meu marido.
- Corretíssimo, Mariângela. Mulher atingiu um nível que agora não se tem de depender de ninguém.

30... Por que 30? Pensando no que tenho de fazer, na minha idade, situação e trabalho, aumentei meu prazo: 32. Talvez a nova geração seja a dos 30, como há 50 anos atrás era a dos 20. E talvez realmente as mulheres queiram ganhar seu espaço, sem ter de pedir dinheiro ao marido para comprar suas coisas. Não me considero Beauvoir ou Sand, mas vamos lá, é hora de assumir. Os tempos mudaram. A nova geração leva filho para o trabalho, amamenta no metrô, espera o jantar do marido, lavam as louças juntos. O esquema é cama king-size, mesa para dois, flores verdes, verduras transgênicas.

Pizzaria, 22 horas, amigas.

- Caso em 2009.
- Mas você tem minha idade, 2009 terá só 24 e ainda nem terá terminado a faculdade.
- E olha que se o Lucrêncio passar no concurso, casamos até antes.
- E como você vai se sustentar? - no singular mesmo.
- ...

Para que se sustentar quando o marido ganha o suficiente para os dois? Fazer compras do mês só quando o "esposo" liberar a grana. E por favor, tudo natural. Não quero que meus filhos comam produtos industrializados. E o batom? Não vai colocá-lo? Estamos indo jantar na casa do meu chefe. Ah, entendi. Não tinha dinheiro. 5 reais são suficientes? Ok, passamos na farmácia antes de ir. O botão da minha blusa caiu. A camisa está com uma marca de ferro. Você não precisa de ajuda. O dinheiro que gastaríamos pagando uma faxineira serve para a escola particular do seu filho. Queremos que ele tenha um bom futuro, não é mesmo? Eu sei, mas está difícil. Quem sabe próximo ano?

E viva as mulheres nas fábricas...

 
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