sexta-feira, 1 de junho de 2007

Vamos filosofar




Ok, tarefa de hoje: filosofar. Vamos lá, não é tão difícil. E convenhamos: que ótimo exercício para sexta-feira. E por que não sobre o amor? Essa bela palavra de cinco letrinhas. Essa coisa que dá frio no estômago, as mãos suam, olhos brilham. Clichêzão eu falar isso, mas a questão é que acontece com todo mundo. O amor é mesmo piegas. A diferença, biologicamente falando, é o fenótipo, é o ser humano que te faz pensar nele nas horas mais solitárias, é aquele sentimento de você estar rodeado de pessoas e ainda assim saber que não está sozinha, afinal as memórias não nos abandonam.

Intervalo, Católica, amigas reunidas (nomes fictícios, como no Barra Pesada):
- Bernadete, como você é difícil. Assim vai ficar sem ninguém.
- Ih, eu me garanto. Na hora que eu quiser, vou pegar, Lucinda.

Será o amor tão fácil assim? Seremos nós, mulheres, a escolher nosso homem? Ou seremos as escolhidas, como o velho (e não tão bom ditado) diz: Quem escolhe demais, é escolhido. As coisas mudaram. Mulher é bicho óbvio: na hora do desespero, não engana. É cachorro sem osso. Não nega e nem esconde. E dependendo do ser feminino, a reação do cachorro ainda é mais discreta. O instinto mais primata aflora. Mas eu acredito na capacidade que algumas delas têm em conseguir. Essa amiga, por exemplo, é uma dessas. E existem aquelas que não tem como ficarem solteiras. Sem segredos, sem regras, simples assim.

Carro, volta para casa, carona-amiga:

- Menina, só caso depois dos 30. Quero sustentar meu marido.
- Corretíssimo, Mariângela. Mulher atingiu um nível que agora não se tem de depender de ninguém.

30... Por que 30? Pensando no que tenho de fazer, na minha idade, situação e trabalho, aumentei meu prazo: 32. Talvez a nova geração seja a dos 30, como há 50 anos atrás era a dos 20. E talvez realmente as mulheres queiram ganhar seu espaço, sem ter de pedir dinheiro ao marido para comprar suas coisas. Não me considero Beauvoir ou Sand, mas vamos lá, é hora de assumir. Os tempos mudaram. A nova geração leva filho para o trabalho, amamenta no metrô, espera o jantar do marido, lavam as louças juntos. O esquema é cama king-size, mesa para dois, flores verdes, verduras transgênicas.

Pizzaria, 22 horas, amigas.

- Caso em 2009.
- Mas você tem minha idade, 2009 terá só 24 e ainda nem terá terminado a faculdade.
- E olha que se o Lucrêncio passar no concurso, casamos até antes.
- E como você vai se sustentar? - no singular mesmo.
- ...

Para que se sustentar quando o marido ganha o suficiente para os dois? Fazer compras do mês só quando o "esposo" liberar a grana. E por favor, tudo natural. Não quero que meus filhos comam produtos industrializados. E o batom? Não vai colocá-lo? Estamos indo jantar na casa do meu chefe. Ah, entendi. Não tinha dinheiro. 5 reais são suficientes? Ok, passamos na farmácia antes de ir. O botão da minha blusa caiu. A camisa está com uma marca de ferro. Você não precisa de ajuda. O dinheiro que gastaríamos pagando uma faxineira serve para a escola particular do seu filho. Queremos que ele tenha um bom futuro, não é mesmo? Eu sei, mas está difícil. Quem sabe próximo ano?

E viva as mulheres nas fábricas...

1 delírios:

Anônimo disse...

Véi, desculpa, já tá parecendo puxação de saco, mas não é véi.
Ouça, leia, veja, sinta o que eu digo porque é real: foi o melhor texto sobre amor (e como as mulheres o vêem) que eu já li!!!! Sério véi!!! Nem Tpm consegue véi!!!!
Cara, esse negócio de "sua alma gêmea está por aí", e se eu não acreditar em alma gêmea? Não vai estar mais "por aí" pra mim? "Vou me casar aos trinta", e se tiver uma paixão desenfreada e quiser casar antes? "Vou me casar com um ano de namoro", e se o cara não quiser casar, vai arrastar pra Igreja? E tem que ser na Igreja? Véi, sem perceber, as mulheres de hoje estão apenas reproduzindo os clichês comportamentais daquelas da década de 20, 30 que tanto criticamos. Como se fósssemos muito diferentes... Elas casavam prometidas. E hoje nós prometemos casar mesmo que o cara não queira ou mesmo que nós não queiramos, porque é uma convenção, é um passaporte para um status social equivalente ao "eu venci". O "ter" tão valorizado no capitalismo chegou às pessoas também. "Você tem um namorado? Nossa, tá com tudo hein?", como se somente estando com outra pessoa eu fosse alguém. Como você disse, as mulheres das décadas de 50 e 60 sei lá, não sou boa de datas, mas elas queriam chegar às fábricas, enquanto que hoje em dia elas querem casar pra parar de trabalhar e voltar a ficar em casa.
Véi, vou assinar seu blog.
Quanto fica por mês? Parcela em cinco vezes sem juros?

 
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